27 de maio de 2011

Palavras Envenenadas

“Agora já não posso ir a parte alguma. Acreditam que eu esteja morta. Minha mãe leva flores à montanha e as joga ao vento no dia do meu aniversário, e meus irmãos erguem um balão com meu nome”.


Às vezes, a verdade permanece oculta na escuridão e só aparece ao se abrir uma janela.
O que aconteceu com Bárbara Molina? Seu corpo nunca foi encontrado e nunca conseguiram provas para deter nenhum culpado. Uma ligação, para um celular, coloca o destino de muitas pessoas de cabeça para baixo: um policial que está para se aposentar, uma mãe que perdeu a esperança de encontrar sua filha desaparecida, e uma garota que traiu sua melhor amiga.
Palavras Envenenadas é a crônica de um dia que passa rapidamente, lutando contra o tempo e protagonizado por três pessoas próximas a Bárbara Molina que desapareceu misteriosamente e violentamente quando tinha 15 anos. Um enigma que depois de 4 anos, sem ser resolvido, começa a ser desvendado com novas provas.
Uma história de suspense e mentiras, segredos, enganos e falsas aparências que aponta alguns mitos inquestionáveis.

O livro é narrado por 4 personagens. E ao longo do livro vamos percebendo como o desaparecimento de Bárbara afetou a vida de cada um deles.
 
Salvador Lozano é o inspetor responsável pelo caso de Bárbara. Ele nunca se conformou por não ter resolvido esse caso. Hoje é seu ultimo dia de trabalho, a aposentadoria começa amanhã. Mas como ele poderia deixar a policia com esse caso ainda em aberto?
Como se suas preces fossem ouvidas, uma nova pista leva luz onde antes parecia haver só escuridão. Será essa sua ultima chance de desvendar esse mistério?

- É a Eva... Eva?... Eva! Sou eu, Bárbara! – grito. – Sou eu! Me ajude!

Eva Carrasco, melhor amiga de Bárbara desde a infância. Eva parece guardar muitos segredos. Seus e de sua amiga. O passar dos anos sempre a atormentou. Seria ela responsável pelo desaparecimento de Bárbara? Seus segredos teriam dificultado o trabalho da policia. E esse telefonema, seria uma chance de redenção?

Núria Sólis, mãe de Bárbara. Após o desaparecimento da filha nunca mais foi à mesma pessoa. Vive atormentada pelas incertezas do que poderia ter acontecido e também pelo sentimento de culpa. Ela nunca conseguiu por um freio em Bárbara. Ela escondia os segredos da filha. Seria ela a responsável por tudo o que havia acontecido?

Deixava um pouco de água e um prato de comida ao meu alcance, mas, mais de uma vez, o prato escorregava de minha mão e caía no chão, muito longe para que eu pudesse alcançar com minhas mãos. E assim eu ficava morrendo de fome e a comida no chão, a um metro de mim, apodrecendo debaixo do meu nariz.
“Você é como um animal”, me dizia. “Um cachorro selvagem que morde a mão de quem te alimenta”.

Bárbara Molina. A protagonista da nossa história. Seus relatos são devastadores. Seus medos e angustias palpável. Ela ainda estaria viva? Aonde? Por quanto tempo ainda?
O que teria de fato acontecido. Como e por que teria acontecido?

Palavras envenenadas é um livro perturbador. Uma história de angustia, sofrimento, sentimentos de culpa e medo, muito medo.
Como mãe acho que só existe uma coisa pior que a morte de um filho; seu desaparecimento.
Quando um filho morre, você chora, se revolta, se entristece, mas pode seguir adiante. Entretanto um filho desaparecido é um mistério, uma angustia. Está Vivo ou morto? Com fome? Com frio? Sofrendo? Sendo maltratado?
Durante a leitura tinha certeza que havia desvendado todo o mistério, porém quando a verdade foi revelada me senti impotente, revoltada, perturbada.
É incrivel saber que histórias como essa acontecem. Existem. E acho que devemos falar muito sobre esse assunto, pois quando nos falamos consentimos.

Essa leitura foi uma cortesia da nossa parceira Editora Novo Conceito.

Pista: Ela continua magoada com os pais por conta do divórcio. As férias de verão mudarão essa relação para sempre.