Por se tratar
de uma série pode conter spoiler para quem não leu Estilhaça-me.
Juliette
ousou acreditar que estava em segurança no Ponto Ômega. Que agora poderia se
sentir salva, segura, feliz e amada. Porém as coisas nunca foram fáceis para
Juliette e isso não irá mudar agora.
Algo está
acontecendo com Adam. Ele parece tão perto e ao mesmo tempo tão distante. Ele
parece fraco, frágil, doente. Por mais que Juliette pergunte, ele não fala
sobre o que está acontecendo. Ele sabe que a verdade irá devastar Juliette,
entretanto não existem segredos capaz de durar para sempre, e como ele temia,
Juliette sente-se destroçada diante de tal revelação.
Mas o destino
nunca foi bondoso com Juliette. Só isso não seria o bastante, pelo menos é o
que o destino pensa, e junto com a bomba lançada por Adam em seu coração, ela
ainda precisa lidar com a confusão de sentimentos que tem em relação à Warner.
Warner que a
sequestrou. Que quis transforma-la em uma arma de destruição. Que torturou e
quase matou Adam. Que mata inocentes como se matasse insetos. Que desperta
desejos e sentimentos proibidos. Que mexe com sua cabeça. Que parece ser mil e
uma pessoas diferentes dentro do corpo perfeito de um só.
Entretanto
esses são os problemas pessoais de Juliette e chegou o momento dela perceber
que o mundo não gira em torno do seu umbigo. Eu o mundo é maior e muito mais
complexo. E que ela precisa decidir se está pronta ou não para enfrentar essa
realidade.
Liberta-me –
Editora Novo Conceito é o segundo livro da trilogia distópica da autora Tahereh
Mafi.
Percebemos
facilmente a evolução e o amadurecimento da autora neste segundo livro.
Os
personagens estão mais complexos, mais bem trabalhados e várias cenas são de
deixar qualquer leitor paralisado esperando o que irá acontecer.
É fácil
entender o que podemos chamar de egocentrismo de Juliette. Ela viveu tanto
tempo sozinha e isolada que é muito difícil perceber que existe um mundo muito
mais complexo que os seus problemas com seu dom/maldição ou com sua vida
sentimental.
Foi delicioso
acompanhar enquanto ela fazia tais descobertas, mesmo que durante esse processo
ela precisasse sofrer ainda mais.
Adam continua
sendo um personagem apaixonante. Lindo, apaixonado e disposto a colocar a
própria vida em risco pela amada. Ok, vocês podem dizer que isso é clichê, mas
ele é assim sem ser irritante, pelo menos para mim.
O triângulo
amoroso Adam-Juliette-Warner ganha força total neste livro e antes que você
pense em reclamar e dizer que não aguenta mais isso em todo livro, me deixa
dizer uma coisa, aqui esse triângulo tem poder, tem fogo, e mexe com as
estruturas do livro, dos personagens e do leitor.
Warner está
tão igual e tão diferente do primeiro livro que assim como Juliette ficamos
tentando entender e descobrir qual é o verdadeiro Warner. O que ele viveu e
passou e se ele poderia realmente mudar e ser uma pessoa melhor, diferente.
Adam ainda é
meu favorito, porém meu coração sentiu-se abalado por esse Warner desconhecido,
misterioso.
A guerra é
iminente, chegou o momento de cada personagem decidir seu lado e seu papel
nesta história e muitas vezes essa não será uma decisão fácil. A guerra será
sangrenta, muitos serão abatidos e a vitória é um sonho que pode estar muito
mais distante do que todos poderiam imaginar.
O final deixa
no ar muitas possibilidades, muitas esperanças, muitas expectativas e espero
que o próximo volume chegue logo e preencha corretamente cada pedacinho
quebrado, rasgado e perfurado do meu coração.