“Certa lenda,
diz que a criança, na barriga da mãe, conhece todo o mistério da Criação, da
origem do mundo até o fim dos tempos. Ao nascer, um mensageiro passa pelo seu
berço e encosta o dedo nos seus lábios, para que ela nunca revele o segredo que
lhe foi confiado, o segredo da vida. Esse dedo que apaga para sempre a memória
da criança deixa uma marca. Essa marca, todos temos acima do lábio superior,
exceto eu. No dia em que nasci, o mensageiro esqueceu de vir me ver e eu me
lembro de tudo...”
Pode Conter
SPOILERS para quem não leu O Primeiro Dia.
Sem noticias da amada e julgando que ela esteja morta, Adrian retorna desolado para a Grécia. Porém quando os pertences de Keira são enviados da China, uma fotografia lançará nova luz ao seu misterioso desaparecimento. Tudo indica que ela ainda está viva.
Apenas com a esperança ao seu lado, Adrian parte para a China para tentar encontra-la.
As buscas pelo artefato recomeçam e os perigos aumentam ainda mais.
Viajando de Londres a Paris, de Amsterdã a China, da Sibéria a Etiópia, eles estão cada vez mais perto de desvendar como o universo foi criado e encontrar o fóssil do primeiro humano.
Muitos poderosos não querem que tal descoberta aconteça, e eles estão dispostos a tudo, até mesmo a matar.
Mesmo que Adrian e Keira sobrevivam aos perigos e consigam todas as repostas para os mistérios do universo, resta uma importante pergunta: A humanidade estaria pronta para a verdade?
A Primeira Noite – Marc Levy – Suma de Letras é a continuação do sucesso O Primeiro Dia. Mesmo esperando mais ação, gostei muito do primeiro livro, já este foi uma decepção.
A escrita de Levy continua perfeita. O ritmo da leitura é gostoso. Porém para mim foi apenas mais do mesmo.
Adrian e Keira continuam viajando de um país a outro. De um continente a outro. Com mais facilidade do que eu vou da minha casa para o interior de São Paulo.
Por diversas vezes fiquei me perguntando se realmente tudo poderia acontecer tão fácil assim, ou se o autor exagerou na dose. Para mim ele exagerou e muito, mesmo se tratando de uma ficção.
O desfecho final sobre o artefato, também deixou sensações controversas. Por um lado eu até acredito que a teoria do autor pode sim ser possível. Por outro, acho que muitos pontos ficaram vagos, quase como se algumas pontas permanecessem soltas.
O romance entre Adrian e Keira, apesar de não ser o ponto central do livro, continua sem convencer. Adrian é banana demais e Keira petulante demais. A química parece simplesmente não existir. Isso não me incomodou no primeiro livro, pois acreditava que agora as coisas se encaixariam, mas isso não aconteceu.
O final foi basicamente o que eu esperava. Resumindo, A Primeira Noite é uma leitura agradável, que poderia ter sido sensacional, mas que se tornou repetitiva nos acontecimentos, sem nada de realmente novo em relação ao livro anterior.