8 de junho de 2011
A Batalha do Apocalipse
Há muitos e muitos anos, há tanto anos quanto o número de estrelas no céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante. Armados com espadas místicas e coragem divina, querubins leais a Yahweh travaram uma sangrenta batalha contra o Arcanjo Miguel e os anjos que o seguiam.
Yahweh continuava imerso no sono profundo, gozando o descanso do sétimo dia. Enquanto está ausente, os arcanjos utilizam a Sua palavra, para justificar suas vontades.
Revoltados com o amor do Criador pelos humanos, eles decidem destruir todo homem que caminhe sobre a Terra.Impulsionado por essa fúria, Miguel, o Príncipe dos Anjos, enviou a Terra diversas calamidades, mas, como inseto, os mortais resistiram.
Diante de tanta morte e devastação, uma conjuração teve inicio.
Em sua inocência política, os lideres dessa conjuração foram traídos por outro Arcanjo, Lúcifer, A Estrela da Manhã. Os rebeldes foram derrotados, expulsos do céu e condenados a vagar pelo mundo dos homens como anjos renegados até o fim dos tempos.
Com o poder que conseguiu delatando os rebeldes, Lúcifer arquitetou sua própria revolução. Muitos anjos revoltados com a política celeste, não conhecendo as motivações egoístas de Lúcifer se juntaram a ele.
Ao descobrir a traição, o Príncipe dos Anjos declarou nova guerra, e uma segunda batalha estalou.
Lúcifer foi vencido, e ele e seus seguidores foram lançados ao Sheol, poço obscuro de treva e sofrimento. Lá o Arcanjo Sombrio governa e espera o momento da vingança.
O sétimo dia está chegando ao fim. Quando o ciclo for completado, Yahweh despertará de seu sono e todas as sentenças serão revistas.
O tecido da realidade cairá. Antigos inimigos se enfrentarão, e não haverá fronteiras entre as dimensões. Esse será o Dia do Ajuste e Contas. O Armagedon.
O livro foi uma agradável surpresa.
Acompanharemos a história através de Ablon, líder dos anjos renegados, e suas lembranças.
Desde as Batalhas Primevas, quando Yahweh e os arcanjos, destruíram Thehom, antes mesmo da criação, até os dias atuais.
Conheceremos os detalhes do levante dos anjos renegados e da batalha que resultou na expulsão de Lúcifer.
Os mistérios de Babel, Atlântida, Grécia e Roma Antiga, e o nascimento e morte da Criança Sagrada.
Ablon vagará pela Terra, sempre buscando manter vivo seus ideais e suas lembranças.
Será em Babel que ele conhecerá Shamira, a feiticeira de Em-Dor. Em um momento de puro terror e desespero, Ablon será seu salvador.
Entre eles nascerá uma grande amizade e durante os milênios que virão, o caminho de ambos sempre se cruzará e será à força de ambos que os manterão vivos e a salvos.
Mas o sétimo dia está chegando ao fim. O momento da Batalha Final se aproxima. Ablon é mesmo sem saber, uma peça poderosa nessa engrenagem.
O céu e o inferno tentam convencê-lo a uma aliança. Porém será o seqüestro de Shamira que o fará tomar uma decisão.
A primeira Trombeta já soou. Não há como parar a Roda do Tempo. Ao final da sétima Trombeta só haverá um vencedor. Anjos. Demônios. Ou humanos.
Eu Adorei!!!!
As cenas e as passagens são muito bem escritas e detalhadas, mas não se tornam maçantes.
É possível sentir o calor escaldante do deserto e a aspereza da areia.
Imaginar em detalhes a beleza de Atlântida e entender que lá era um lugar de paz e harmonia. Perceber a total loucura e sofrimento por traz da construção da Torre de Babel.
Enxergar a beleza e a bondade e alguns dos anjos, arcanjos e querubins. Toda sua luz e sua glória. Da mesma forma, sentiremos a asco e a maldade dos demônios. E a vontade de redenção de alguns deles.
Iremos perceber como nós humanos somos pequenos e insignificantes diante da magnitude do universo.
Li algumas resenha sobre o livro, e como sempre acontece, alguns amaram e outros odiaram.
Muitos reclamaram que Eduardo não se apegou fielmente a alguns fatos Bíblicos. Então eu pergunto: O livro é uma ficção ou não?
Exatamente por ser ficção, o autor pode desenhar os personagens, o mundo e até a história da maneira que mais lhe convém. Até mesmo porque eu não estava lá quando os fatos ocorreram e até mesmo a Bíblia foi escrita pelos homens. E fica claro que eu não quero entrar no mérito religioso da questão.
A motivação da inveja que os arcanjos sentem pelos humanos também foi abordada. Os arcanjos teriam inveja da alma humana, mas, principalmente do livre arbítrio. O que mais gostei aqui foi o fato do autor deixar claro que a inveja cega.
Os arcanjos, ou melhor, alguns deles, estavam tão revoltados que não perceberam que eles também possuíam o direito de escolha. Pois foram eles que escolheram destruir os homens. Foram eles que escolheram a guerra ao invés da paz.
E como acontece com os humanos terão que conviver com as conseqüências de suas escolhas.
Recomendo com certeza.
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Eduardo Spohr